top of page

O apetite pelo digital: por que assistir vídeos de comida nos dá prazer quase físico

  • Foto do escritor: Maiara Rodrigues
    Maiara Rodrigues
  • 30 de set.
  • 2 min de leitura

Não é só impressão: assistir a vídeos de comida pode despertar quase o mesmo prazer que comer de verdade. Do “food porn” no Instagram às receitas rápidas no TikTok, a comida digital virou um banquete visual que ativa nossos sentidos, emoções e até a memória. Mas o que explica esse apetite pelo digital?


Celular mostrando comidas

O fascínio do “food porn”


O termo “food porn” ganhou popularidade nas últimas duas décadas para designar imagens e vídeos de comida que despertam desejo, quase como uma tentação. A combinação de cores vibrantes, texturas detalhadas e movimentos em câmera lenta cria uma experiência sensorial completa ainda que à distância.


Neurocientistas apontam que, ao ver imagens de alimentos, nosso cérebro ativa regiões associadas ao prazer e à recompensa, como se antecipasse a experiência real. Esse mecanismo explica por que um simples vídeo de queijo derretendo ou de um bolo fofinho saindo do forno nos faz salivar.


Por que sentimos prazer quase físico?


Assistir a vídeos de comida estimula três elementos-chave:

  • Sistema de recompensa: as imagens despertam dopamina, o neurotransmissor ligado à sensação de prazer.

  • Memória gustativa: ao ver um prato, associamos ao gosto e ao cheiro de experiências passadas.

  • Mecanismo de antecipação: mesmo sem comer, nosso corpo “se prepara” para o prazer da refeição.

Estudos recentes mostram que esse efeito pode ser comparável ao que acontece quando imaginamos atividades prazerosas, como ouvir música favorita ou praticar um hobby.


O papel das redes sociais


O consumo de vídeos de comida não é apenas entretenimento: tornou-se parte do cotidiano digital. Plataformas como TikTok, YouTube e Instagram são palco de tendências gastronômicas globais, das receitas virais de poucos segundos às longas jornadas de chefs profissionais.


Esses conteúdos oferecem mais do que receitas: eles contam histórias, exploram culturas e criam comunidades em torno da gastronomia. O fenômeno também reflete uma busca por conforto visual, especialmente em períodos de estresse ou ansiedade.


Entre o prazer e o impacto na alimentação


Se, por um lado, vídeos de comida despertam inspiração para cozinhar em casa, por outro podem gerar efeitos contraditórios. Alguns estudos apontam que o consumo exagerado pode aumentar a vontade de comer alimentos ultraprocessados, reforçando escolhas menos saudáveis.


Ainda assim, muitos criadores exploram o aspecto educativo, mostrando técnicas culinárias, receitas práticas e alternativas equilibradas. A chave está no equilíbrio entre apreciar a estética e transformar a inspiração em experiências reais na cozinha.


O futuro do apetite digital


Com a evolução da realidade virtual e da inteligência artificial, especialistas preveem que a experiência sensorial dos vídeos de comida será ainda mais imersiva. Imagine sentir o cheiro de um prato através da tela ou simular texturas em tempo real.


Até lá, os vídeos continuarão a alimentar não só nosso imaginário, mas também uma indústria criativa que mistura entretenimento, cultura e desejo.


Conclusão


Assistir vídeos de comida é mais do que passatempo: é uma experiência sensorial que conecta cérebro, memória e prazer. O apetite pelo digital revela como nossas emoções se entrelaçam com a gastronomia, transformando imagens em estímulos quase físicos. Na prática, eles mostram que a comida não precisa estar no prato para despertar desejo.

Comentários


bottom of page