Maximalist Flavour 2026: a nova tendência que transforma o “muito” em arte à mesa
- Maiara Rodrigues

- 21 de out.
- 3 min de leitura
O relatório de tendências da Kerry Group para 2026 aponta um movimento que promete desafiar o minimalismo gastronômico: o Maximalist Flavour. A proposta é clara intensificar sabores, sobrepor texturas, brincar com contrastes e provocar o paladar. Depois de anos em que o “menos é mais” dominou a alta gastronomia, a era do “muito” está de volta, agora com técnica e propósito.

No Maximalist Flavour, não se trata apenas de exagerar nos ingredientes. É uma celebração sensorial, em que o sabor é tão protagonista quanto a estética. O resultado são pratos vibrantes, com camadas de intensidade e combinações que surpreendem do doce com picante ao ácido com defumado.
Do fine dining à rua: onde o “mais é mais” aparece
A tendência já é perceptível em diferentes cenários da gastronomia global. Em restaurantes autorais, chefs exploram contrastes extremos um toque de pimenta em sobremesas, molhos defumados sobre bases delicadas, ou sobremesas com notas salgadas.
No Brasil, a onda maximalista ganha força com sotaque próprio. Pratos como o hambúrguer com quatro queijos e pimenta da casa, o ramen com toppings extras de textura crocante e sobremesas que unem frutas tropicais, castanhas e caldas intensas são exemplos de como o movimento se traduz em experiências locais. Food trucks e bistrôs independentes também surfam a tendência, oferecendo combinações ousadas que rendem fotos irresistíveis e memórias gustativas únicas.
Técnicas para intensificar sem perder elegância
O grande desafio do Maximalist Flavour é o equilíbrio. Excesso sem harmonia vira confusão. Por isso, chefs têm apostado em técnicas que potencializam o sabor sem sobrecarregar o prato:
Contraste controlado: combinar sabores opostos (como doce e ácido) em proporções precisas.
Camadas de textura: usar crocantes, cremosos e líquidos para criar dinâmica na boca.
Aromas complementares: temperos, ervas e defumação que enriquecem a experiência sensorial.
Equilíbrio visual: cores e volumes bem distribuídos mantêm a sofisticação mesmo no excesso.
“Mais é mais” não significa bagunça significa intenção e generosidade. Cada elemento precisa ter um motivo para estar ali, contribuindo para a história do prato.
Por que agora?
Segundo a Kerry, o Maximalist Flavour reflete um comportamento pós-pandemia: consumidores buscam experiências marcantes, autênticas e libertadoras. O paladar se tornou uma forma de expressão.
Com o avanço das redes sociais, especialmente o TikTok e o Instagram, a comida também é espetáculo e o maximalismo visual e gustativo ganha ainda mais espaço. Um prato exuberante não é apenas saboreado: é filmado, compartilhado e celebrado.
Além disso, há um cansaço do “clean eating” e das paletas neutras. Em meio a um mundo imprevisível, a busca é por intensidade, prazer e surpresa. A comida maximalista é uma resposta emocional e criativa a esse contexto.
O futuro do “muito”
O Maximalist Flavour não deve substituir o minimalismo, mas coexistir com ele. Em 2026, a tendência é que o “mais é mais” se manifeste em diferentes níveis: de menus degustação com pratos intensos e curtos, a lanches de rua com explosões de sabor e textura.
No Brasil, a diversidade cultural e o gosto pela mistura herdado de influências indígenas, africanas, portuguesas e imigrantes cria terreno fértil para o movimento prosperar. O maximalismo, aqui, é quase natural.
No fim, o que define a tendência é o prazer. Sabores que provocam, camadas que contam histórias e uma experiência que vai além do prato. Em 2026, o excesso quando bem conduzido é o novo refinamento.
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