Entre o doce e o salgado: por que amamos contrastes no prato
- Maiara Rodrigues

- 8 de set.
- 1 min de leitura
Da goiabada com queijo à tendência gourmet do caramelo com flor de sal, os contrastes de sabor revelam muito sobre cultura, memória e prazer.

A combinação entre doce e salgado acompanha a humanidade desde tempos antigos. Povos mediterrâneos já misturavam frutas secas a carnes assadas, enquanto na Ásia o uso do molho de soja com mel é tradição milenar. No Brasil, o clássico Romeu e Julieta queijo com goiabada é um retrato da mistura entre culturas coloniais e indígenas, transformando contraste em identidade.
Do ponto de vista biológico, a atração pelo contraste tem explicação: nosso paladar é estimulado por variações, não pela monotonia. O sal realça o doce, e o doce suaviza o salgado, criando camadas sensoriais mais complexas. Essa interação ativa memórias afetivas e desperta prazer imediato, razão pela qual combinações ousadas se popularizam com facilidade.
Mas não é apenas sobre sabor: é também sobre simbolismo. O encontro de opostos reflete a busca por equilíbrio, algo que atravessa culturas e religiões. Do yin-yang oriental às mesas coloniais brasileiras, a mistura doce-salgada é uma metáfora de união e complementaridade.
Na gastronomia contemporânea, chefs exploram contrastes como recurso criativo e forma de narrar histórias. Combinações como caramelo com flor de sal ou frutas tropicais com carnes curadas não são apenas inovações; são pontes entre tradição, ciência e arte culinária.
%20(1).png)



Comentários