E se você quisesse comer em todos os restaurantes de São Paulo?
- Ana Beatriz

- 28 de jul.
- 2 min de leitura
A missão improvável que revela a dimensão e a diversidade da gastronomia paulistana.
São Paulo é uma cidade onde se pode comer de tudo — e a qualquer hora. Da comida de rua à alta gastronomia, passando por pratos típicos de dezenas de nacionalidades, restaurantes veganos, botecos históricos e casas especializadas em ingredientes regionais.

Mas o tamanho dessa oferta gastronômica é tão impressionante que levanta uma pergunta quase lúdica: é possível comer em todos os restaurantes da cidade?
Um número que não para de crescer
Embora os números variem, estima-se que São Paulo tenha mais de 30 mil estabelecimentos gastronômicos ativos, considerando restaurantes, lanchonetes, bares com serviço de cozinha, cafés e similares. A cada mês, novos nomes surgem, ocupando pequenas portas ou grandes endereços, em bairros centrais e periferias. Ao mesmo tempo, outros fecham as portas, muitas vezes de forma silenciosa, antes mesmo de serem descobertos por grande parte do público.
Nesse cenário dinâmico, qualquer tentativa de visitar todos os restaurantes da cidade se torna uma corrida contra o tempo — e contra o próprio mercado. Mesmo que uma pessoa decidisse visitar um restaurante novo por dia, levaria mais de 80 anos para completar a lista atual. Isso, claro, sem repetir nenhum lugar, sem tirar férias e desconsiderando qualquer nova inauguração no período.
Uma cidade de mil cozinhas
Tentar conhecer toda a gastronomia de São Paulo é também esbarrar na própria identidade plural da cidade. Aqui, a ideia de “comida típica” perde o sentido: o que define o sabor paulistano é, justamente, a diversidade. Restaurantes especializados em receitas migrantes convivem com tradições locais, cadeias internacionais disputam público com negócios familiares, e experiências contemporâneas dividem espaço com pratos de memória afetiva.
Cada restaurante carrega uma narrativa: de quem cozinha, de quem empreende, de quem frequenta. E conhecer esses lugares não é apenas um exercício gastronômico, mas também um mergulho em histórias individuais e coletivas que ajudam a contar a trajetória da cidade.
Mais do que uma lista, uma vivência
A fantasia de “comer em todos os restaurantes de São Paulo” talvez nunca se concretize — e talvez nem precise. O verdadeiro valor da gastronomia paulistana está justamente em sua fluidez, na constante reinvenção, na impossibilidade de ser totalmente catalogada.
A cada esquina, uma nova experiência. A cada porta aberta, uma chance de se surpreender. Em vez de completar uma lista, o convite é outro: seguir explorando.
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