Do grão ao pão: a história universal do alimento mais antigo da humanidade
- Maiara Rodrigues

- 16 de set.
- 2 min de leitura
Presente desde as primeiras civilizações, o pão carrega em sua massa não apenas fermento, mas também memória, cultura e identidade coletiva.

O pão é mais do que alimento: é símbolo universal de partilha e sobrevivência. Há mais de 10 mil anos, povos do Crescente Fértil já moíam grãos rudimentares para criar pastas que, expostas ao calor, se transformavam em versões primitivas do pão. O simples ato de misturar farinha e água foi, em si, uma revolução alimentar, dando origem a uma tradição que atravessa séculos e continentes.
No Egito Antigo, registros mostram o uso da fermentação natural, criando pães mais leves e saborosos. Já entre gregos e romanos, o pão se consolidou como alimento central na dieta, diferenciando classes sociais: quanto mais claro e refinado o pão, maior o status. Esse simbolismo persiste até hoje, quando pães artesanais e de fermentação lenta são vistos como luxo em muitas culturas urbanas.
Religiões também incorporaram o pão em seus rituais. No cristianismo, ele se tornou metáfora de corpo e comunhão; no judaísmo, pães como a chalá marcam celebrações do shabat; no islã, o pão pita é símbolo de hospitalidade. Poucos alimentos carregam tanta força espiritual e cultural.
Com a industrialização, o pão ganhou versões em escala, mas perdeu parte de sua alma artesanal. Nas últimas décadas, no entanto, observa-se um resgate: pães rústicos, de fermentação natural e feitos com grãos ancestrais voltaram a ocupar padarias e mesas, como reação ao excesso de padronização.
Mais do que carboidrato, o pão é história em fatias. Cada mordida carrega heranças de civilizações, rituais e afetos. É talvez o único alimento capaz de estar presente, de maneira distinta, em praticamente todas as culturas do planeta, reafirmando seu papel de alimento universal.
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