Comfort food: por que buscamos tanto essa comida que abraça?
- Ana Beatriz

- 26 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de jul.
Não é preciso estar triste, doente ou nostálgico para desejar aquele prato que reconforta. Um arroz com feijão bem feito, um bolo quentinho, o macarrão da infância. O nome em inglês é moderno “comfort food”, mas o conceito é antigo: comida que acalma, acolhe e desperta memórias.
Nos últimos anos, especialmente após a pandemia, a busca por esse tipo de refeição se intensificou. Em um mundo veloz e cheio de estímulos, a comfort food surge como um refúgio simples. Mas afinal, o que ela representa e por que seguimos voltando a ela?

Muito mais do que sabor
Comfort food não tem a ver só com o paladar. Ela está ligada à emoção. É aquela comida que ativa lembranças, que traz sensação de familiaridade, que “tem gosto de casa”. E isso pode variar muito de pessoa para pessoa: para alguns, é o purê da avó; para outros, um brigadeiro de panela ou uma sopa feita com carinho.
Mais do que nutrir o corpo, esse tipo de refeição alimenta o afeto. E essa é a chave para entendê-la.
Um fenômeno pós-pandemia
Durante os períodos de isolamento, o preparo e o consumo de comfort food dispararam. Em casa, muita gente redescobriu receitas de família, passou a cozinhar mais e buscou na alimentação uma forma de criar rotina e bem-estar.
Mesmo com o retorno à normalidade, esse hábito permaneceu. A comida afetiva ganhou espaço nos cardápios, nas redes sociais e até em conceitos de novos restaurantes. Em meio à correria, o prato conhecido se tornou um ponto de apoio emocional.
Simples, mas com propósito
Não se trata de uma tendência gourmet ou de pratos elaborados. A comfort food tem como marca a simplicidade feita com cuidado. A apresentação pode até ser despretensiosa, mas o sabor é carregado de sentido.
É por isso que muitos chefs passaram a valorizar esse tipo de preparo, apostando em receitas clássicas, ingredientes frescos e resgate de tradições. Há espaço para o novo, claro, mas a raiz está naquilo que é familiar.
Comer com o coração
Em um mercado onde tantas experiências tentam impressionar, a comfort food se destaca por tocar um ponto diferente: a memória afetiva. Comer deixa de ser só uma ação fisiológica para se tornar um gesto de conexão com o passado, com as pessoas e com quem somos.
E isso explica por que ela nunca sai de moda. Porque não importa a estação, a cidade ou a fase da vida: sempre haverá espaço para aquele prato que nos faz sentir em casa.
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