Histórias da Culinária: A Vodka
- Tali Americo

- 7 de out.
- 2 min de leitura
Entre os destilados mais consumidos do mundo, a vodka ocupa o primeiro lugar. Segundo a consultoria IWSR (International Wine and Spirits Research), em 2023 foram consumidos mais de 4,5 bilhões de litros de vodka globalmente. O destilado está no centro de disputas históricas e culturais, com Rússia e Polônia reivindicando sua invenção.

O primeiro registro escrito da palavra “wódka” aparece na Polônia em 1405, mas há indícios de que a Rússia já destilava cereais desde o final do século XIV. Inicialmente usada com fins medicinais, a bebida se popularizou rapidamente por ser relativamente barata e ter alto teor alcoólico.
A vodka foi nacionalizada na Rússia no século XIX, quando o czar criou um monopólio estatal de produção. Isso transformou o destilado em símbolo nacional, a ponto de se tornar parte das tradições: há relatos de que camponeses russos recebiam parte de seus salários em vodka.
No século XX, a bebida conquistou o Ocidente. A Smirnoff, fundada em Moscou e depois transferida para os Estados Unidos, foi uma das responsáveis por difundir a vodka em coquetéis que marcaram época, como o Moscow Mule, o Bloody Mary e, mais tarde, o Cosmopolitan.
Hoje, há vodkas de todos os tipos: de batata, de grãos, de uva; filtradas em carvão, quartzo e até diamante. O mercado premium cresce ano a ano, com garrafas que podem custar milhares de dólares.
No Brasil, embora a cachaça seja a bebida mais identitária, a vodka tem um espaço expressivo. Dados da Euromonitor mostram que o consumo de vodka no país cresce em média 3% ao ano, puxado por jovens adultos e pela popularidade dos drinks. É, junto da cerveja e da caipirinha, uma das presenças garantidas em festas universitárias e baladas.
Assim, a vodka mantém o equilíbrio entre tradição e modernidade: ao mesmo tempo símbolo de resistência cultural russa e ícone pop global.
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