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Gastronomia em alta: por que a formação está conquistando novos perfis?

  • Foto do escritor: Ana Beatriz
    Ana Beatriz
  • 29 de jul.
  • 2 min de leitura

Cada vez mais, a cozinha deixa de ser espaço exclusivo para talentos já consolidados e se abre para quem busca profissionalização, reinvenção ou até hobby. Mas o fenômeno dos últimos anos é claro: a procura por cursos de gastronomia disparou — e com ela, mudou todo um perfil de estudante.


estudante de gastronomia

Matrículas em alta: o que os números mostram


Segundo dados do MEC e do Inep, o número de matrículas em cursos de gastronomia cresceu 64% em poucos anos, ultrapassando 20 mil novos alunos matriculados. Além disso, o aumento da oferta de vagas em instituições tradicionais e de ensino técnico reflete uma expansão na procura por qualificação formal.


Mídia, curiosidade e empoderamento pessoal


O boom dos realities culinários e da presença de chefs nas redes sociais impulsionou a visibilidade do setor. A cozinha deixou de ser vista como um espaço exclusivo e passou a ser sinônimo de autonomia e criatividade — especialmente entre jovens que querem transformar o hobby em profissão.


Público diverso, objetivos variados


Diferente do passado, quando muitos ingressavam por necessidade de qualificação profissional, hoje uma parcela significativa dos estudantes busca a área logo após o Ensino Médio — por interesse pessoal, vocação ou desejo de empreender. Além disso, há forte demanda de aprendizes interessados em confeitaria, panificação e gastronomia funcional.


São ofertas para todos os perfis


  • Graduação e tecnólogos ganharam popularidade desde a década de 2000, consolidando-se como caminhos viáveis e reconhecidos de entrada na gastronomia profissional. Hoje há centenas de cursos espalhados por várias regiões do país.

  • Cursos de curta duração (confeitaria, pão, pratos específicos) se tornaram uma tendência para quem quer aprender rapidamente ou cozinhar em casa com técnica e segurança.

  • Educação híbrida e a distância ampliou o alcance da área, com aumento de 35% nas matrículas em cursos online, especialmente voltados à capacitação de classes C e D.


A outra face: mercado que precisa absorver


O setor de alimentação fora do lar é um dos maiores empregadores no Brasil, com mais de 1,2 milhão de estabelecimentos e cerca de 6 milhões de trabalhadores, representando cerca de 2,7% do PIB. No entanto, há críticas sobre a capacidade do mercado formal de absorver essa crescente oferta de profissionais qualificados — uma preocupação alinhada com tendências mais amplas de educação e desemprego.


Por que isso importa?


  1. Profissionalização: a gastronomia deixou de ser uma opção apenas para quem já trabalhava na área ou morava em centros urbanos.

  2. Empreendedorismo: muitos buscam nos cursos a base para abrir negócios próprios, desde confeitaria no bairro até rotisserie ou eventos.

  3. Diversidade de ensino: a oferta de modalidades (presenciais, online, tecnólogos, hobby) reflete um público mais plural e exigente.

  4. Transformação social: projetos que combinam gastronomia com inclusão e geração de renda continuam fortalecendo comunidades.


A procura por cursos de gastronomia cresceu de forma expressiva — principalmente após a pandemia — e reflete muito mais do que moda.


Ela representa uma mudança na relação com a comida, com a profissão e com o próprio aprendizado. Cozinhar deixou de ser expectativa e se tornou uma profissão estruturada, valorizada e cada vez mais acessível para pessoas de diferentes perfis e regiões.


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