Fred Caffarena
- Ana Beatriz

- 15 de ago.
- 2 min de leitura
O paulista que elevou o hommus e ressignificou o Oriente Médio no prato.
Basta alguns minutos de conversa com Fred Caffarena para que a curiosidade sobre o Oriente Médio desperte em qualquer pessoa. Paulista de Araraquara, sem descendência direta da região, ele se declara apaixonado por História, gastronomia e pelas culturas que moldam a cozinha do chamado Oriente Médio.

Formação e vivência
Formado em Gastronomia, com especialização em culinária Mediterrânea Oriental, Fred passou, entre 2013 e 2014, um ano em cozinhas da Turquia — experiência que ampliou sua percepção sobre a complexidade e profundidade das culinárias do Oriente Médio, formadas por múltiplas culturas, ingredientes e técnicas.
Sua jornada também inclui passagens pelo Líbano, Marrocos, Emirados Árabes Unidos e Síria, sempre em busca de entender e vivenciar as tradições alimentares locais.
Ativismo gastronômico
Hoje, Caffarena é reconhecido como um dos principais pesquisadores e divulgadores da alimentação no Oriente Médio no Brasil. Suas participações em veículos de imprensa e eventos nacionais ajudam a quebrar estereótipos e a combater a visão reducionista que limita essa rica culinária a pratos como kebab, esfiha e kibe.
“Meu maior sonho é realmente mostrar que a comida do Oriente Médio não se limita ao kebab, à esfiha e ao kibe. É um lugar riquíssimo para o qual as pessoas dão muito pouco crédito e valor”, defende.
Make Hommus. Not War
Essa visão ganha forma no Make Hommus. Not War, restaurante descontraído e premiado na Oscar Freire, Zona Oeste de São Paulo. Criado em sociedade com a jornalista e gastróloga Talita Silveira, o negócio nasceu como serviço de delivery em 2020 e ganhou salão próprio em 2022.
A proposta é clara: elevar o hommus à categoria de prato principal, combinando-o a carnes, legumes e outros preparos. O nome do restaurante vem do ditado popular no Oriente Médio “Faça hommus e não guerra” — e o prato, feito à base de grão-de-bico, é visto pelo chef como ponto de união, presente tanto em lares de diferentes países quanto em dietas variadas, de celíacos a carnívoros.
Mais que comida
No trabalho de Fred, cada prato é também uma forma de contar histórias, provocar diálogos e criar pontes culturais. Entre receitas, pesquisas e militância gastronômica, ele segue construindo um espaço onde tradição, afeto e contemporaneidade se encontram — sempre com o hommus como símbolo de paz à mesa.
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