Alberto Landgraf
- Ana Beatriz

- 5 de set.
- 2 min de leitura
Do Epice ao Oteque, o chef que elevou a alta gastronomia carioca com simplicidade e técnica

Com formação em física e uma carreira que começou em cozinhas estreladas de Londres, Alberto Landgraf se consagrou como um dos maiores chefs da América Latina ao transformar o Oteque, no Rio de Janeiro, em referência contemporânea da gastronomia — hoje com duas estrelas Michelin e reconhecimento internacional.
Da ciência ao fogão: os primeiros passos
Natural de Cornélio Procópio (PR), Landgraf graduou-se em física, mas foi em Londres, trabalhando com chefs como Gordon Ramsay e Tom Aikens, que descobriu sua vocação para a culinária. Em 2008, abriu o Épice, em São Paulo, recebendo rapidamente sua primeira estrela Michelin até seu fechamento em 2016, após um período sabático motivado por perdas pessoais e necessidade de reestruturação.
Oteque: simplicidade, técnica e brasilidade
Em 2018, inaugurou o Oteque, no Rio de Janeiro, um restaurante intimista (seis mesas redondas e balcão para poucos comensais) que mistura elementos industriais com elegância despretensiosa. O conceito é baseado na valorização de produtores locais, ingredientes sazonais e pratos que valorizam naturalidade e transparência do sabor. Oteque adotou um menu degustação único que muda conforme a estação, conquistando rapidamente sua primeira estrela e depois a segunda Michelin.
Gastronomia com atitude — e rock’n’roll
Apesar da estrutura sofisticada, o Oteque mantém um ambiente descontraído: trilha sonora com clássicos do rock (como Radiohead, Doors e Smashing Pumpkins) ecoa entre os pratos requintados. Landgraf explica que a cozinha aberta serve para manter controle e atmosfera vivaz.
Reconhecimento e posicionamento global
Além de duas estrelas Michelin, o Oteque figura entre os melhores restaurantes do mundo, ocupando a posição 47 no ranking 2022 dos World’s 50 Best Restaurants. Em 2023, Landgraf levou sua criatividade a Londres ao abrir o Bossa, um restaurante que buscava traduzir a brasilidade contemporânea em um ambiente casual e sofisticado. O Bossa, no entanto, encerrou suas atividades em janeiro de 2024 após menos de um ano.
Rumos futuros
Landgraf mantém o Oteque como seu projeto de referência, com consistência e evolução prudente. A experiência com o Bossa mostra abertura ao exterior, enquanto a reputação consolidada no Brasil reforça sua posição de liderança. Seu estilo deve seguir influenciando a nova alta gastronomia — tanto por técnica quanto por filosofia.
Alberto Landgraf construiu uma trajetória singular: da física à cozinha, de Londres ao Rio, de Épice ao Oteque. Sua marca? Séries de pratos elegantes, um ambiente acolhedor e a prova de que alta gastronomia pode ser acessível, afetiva e profundamente brasileira.
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