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Histórias da Culinária: A Moqueca

  • Foto do escritor: Tali Americo
    Tali Americo
  • 25 de set.
  • 2 min de leitura

Poucos pratos representam tão bem a diversidade do Brasil quanto a moqueca. Sua origem remonta ao período colonial, quando o encontro entre indígenas, africanos e portugueses criou uma alquimia única. O nome vem do termo indígena “moquém”, que designava a técnica de assar peixe em grelhas de madeira sobre o fogo. Mais tarde, o prato ganhou caldos, temperos e acompanhamentos que o transformaram na moqueca que conhecemos hoje.


Duas versões, um mesmo Brasil


O país se divide entre a moqueca capixaba e a moqueca baiana. Na primeira, típica do Espírito Santo, o peixe é cozido lentamente em panela de barro, com tomates, cebolas, coentro e azeite de oliva ou urucum — sem leite de coco. Já a versão baiana traz a marca africana, com azeite de dendê, leite de coco e pimentas. Ambas são patrimônio cultural e motivo de orgulho regional.

Segundo a Embratur, a moqueca está entre os cinco pratos mais procurados por turistas estrangeiros no Brasil. Estima-se que, só em Salvador, sejam vendidos mais de 200 mil pratos de moqueca por ano, movimentando bares e restaurantes em bairros como Pelourinho e Rio Vermelho.


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Novas leituras


A moqueca já foi reinventada em versões com camarão, lagosta, banana-da-terra e até opções vegetarianas, substituindo o peixe por palmito pupunha ou legumes. Apesar das inovações, a essência permanece: um prato de partilha, feito para ser colocado no centro da mesa.


Afeto e tradição


Para os capixabas, a panela de barro é passada de geração em geração. Na Bahia, a moqueca é o prato que reúne a família no fim de semana. Mais do que sabor, a moqueca é identidade: uma prova de que o Brasil sabe transformar encontros culturais em comida que acolhe.

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