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Comer ou não comer carne? A questão deixou de ser binária

  • Foto do escritor: Maiara Rodrigues
    Maiara Rodrigues
  • 5 de ago.
  • 2 min de leitura

Com o avanço da ciência alimentar, da consciência ambiental e da diversidade de estilos de vida, o debate sobre o consumo de carne ganhou novos contornos e deixou para trás o “sim ou não” como única resposta possível.


Tábua de carnes

Durante muito tempo, a discussão sobre o consumo de carne se dividiu em dois extremos: carnívoros convictos e vegetarianos radicais. No entanto, a realidade alimentar de 2025 mostra que essa dualidade perdeu força.


Cada vez mais pessoas adotam posturas flexíveis, como o “flexitarianismo”, que prioriza alimentos vegetais sem excluir totalmente a carne do prato. Essa nova mentalidade reflete mudanças sociais, preocupações com a saúde, impactos ambientais e até questões éticas ligadas à indústria da carne.


Segundo pesquisa do Instituto DataViva, 41% dos brasileiros reduziram o consumo de carne vermelha nos últimos dois anos, não por adesão a um rótulo, mas por uma escolha consciente e gradual. As motivações variam: desde o aumento do preço das proteínas animais até o desejo de adotar uma alimentação mais equilibrada.


Ao mesmo tempo, o mercado responde com alternativas como hambúrgueres vegetais, cortes cultivados em laboratório e pratos que misturam proteína animal e vegetal, criando novas experiências gastronômicas.


Especialistas em nutrição apontam que não se trata de excluir a carne, mas de entender seu papel dentro de uma alimentação diversa, sustentável e acessível.


“O dilema não é mais comer ou não carne, e sim como comemos, quanto comemos e de onde vem essa carne”, afirma a nutricionista Andréa Lima, pesquisadora da UFRJ. Segundo ela, o foco atual é a qualidade e procedência dos alimentos e menos a ideologia.


O debate, portanto, amadureceu. E nesse novo cenário, os extremos dão lugar a um caminho do meio, mais realista e adaptável. A mesa brasileira acolhe hoje um consumidor mais informado, exigente e plural, que enxerga a carne não como vilã ou heroína, mas como parte de um sistema alimentar mais consciente e conectado ao futuro.


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