Do MasterChef ao restaurante próprio: quando a TV vira trampolim para a alta gastronomia
- Ana Beatriz

- 24 de set
- 3 min de leitura
O MasterChef Brasil se consolidou como o reality gastronômico mais influente da TV. Mais do que revelar talentos, o programa serviu como catalisador para que chefs transformassem a visibilidade em negócios concretos: restaurantes, bares e casas autorais que hoje fazem parte do cenário gastronômico nacional.

Neste artigo, revisitamos histórias de alguns desses ex-participantes que abriram suas próprias casas, mostrando como a transição das câmeras para a cozinha profissional é marcada por desafios, criatividade e muito empreendedorismo.

Elisa Fernandes | Do pódio ao Clos Wine & Bar
Primeira campeã do MasterChef Brasil (2014), Elisa Fernandes foi um marco para o programa. Após temporadas de estudo na França e experiências em restaurantes renomados, ela voltou ao Brasil decidida a empreender.
Hoje, comanda o Clos Wine & Bar, em São Paulo, um espaço que une gastronomia refinada a uma carta de vinhos escolhida com curadoria especial. Elisa transformou a experiência de reality em uma plataforma para consolidar seu estilo autoral — elegante, técnico e acolhedor.
Dayse Paparoto | A força da mulher no comando
Vencedora da primeira edição do MasterChef Profissionais (2016), Dayse Paparoto enfrentou críticas e preconceitos durante sua participação, mas conquistou o público pela técnica e personalidade firme.
Sua trajetória empreendedora resultou no Paparoto Cucina, restaurante de inspiração italiana com unidades em São Paulo. Com menus que resgatam sabores de família e uma execução refinada, Dayse prova que a visibilidade da TV pode ser um trampolim para carreiras sólidas e independentes.

Diego Sacilotto | Da prova técnica ao forno
Campeão do MasterChef Profissionais em 2018, Diego Sacilotto seguiu caminho no universo das massas. Abriu a La Crosta Forneria, em Santana (zona norte de São Paulo), espaço acolhedor que valoriza pizzas e massas artesanais feitas com fermentação lenta.
Sacilotto usa a disciplina e a visibilidade conquistada no programa para consolidar um negócio de bairro com alma familiar, mas ao mesmo tempo inovador.

Heaven Delhaye | Expansão e identidade
Finalista do MasterChef Profissionais, Heaven Delhaye investiu em um portfólio de restaurantes no Rio de Janeiro que refletem sua marca pessoal. O D’Heaven, o Heaven Cucina e o Nonna Per Heaven mostram sua versatilidade, unindo a base clássica francesa ao toque contemporâneo.
A chef transformou sua presença midiática em força empreendedora, sendo hoje uma das ex-participantes com maior número de empreendimentos.
O impacto do reality no mercado
Participar do MasterChef significa visibilidade imediata, mas transformar fama em negócio exige algo além do talento: planejamento, resiliência e visão de mercado.
Esses chefs mostram que:
O reality abre portas, mas a consolidação depende de consistência no prato e gestão eficiente.
A expectativa do público é alta: muitos clientes visitam esperando reviver a emoção da TV.
Redes sociais são vitrine: manter engajamento digital é fundamental para atrair e fidelizar clientes.
Desafios e tendências
Gerir restaurantes exige muito mais do que cozinhar: envolve liderança de equipe, controle financeiro, adaptação a crises (como a pandemia) e renovação constante.
Uma tendência clara é a diversificação de formatos: do fine dining ao bar de bairro, passando por casas de massas ou taquerias autorais, ex-MasterChefs mostram que é possível explorar diferentes públicos sem perder identidade.
A jornada dos ex-participantes do MasterChef deixa claro que a televisão é apenas o começo. Elisa Fernandes, Dayse Paparoto, Diego Sacilotto e Heaven Delhaye são exemplos de como transformar minutos de fama em projetos gastronômicos consistentes.
Seja em um wine bar sofisticado, uma trattoria familiar ou múltiplos restaurantes autorais, cada um deles traduz em seus negócios o espírito do reality: técnica, emoção e criatividade à mesa.
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