Culinária portuguesa na Zona Sul do Rio: 7 lugares para se sentir em Lisboa sem sair do bairro
- Tali Americo

- 29 de jun.
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de ago.
Bacalhau, bolinho, caldo verde, pastel de nata: o que a Zona Sul guarda em comum com os bairros lisboetas não está só no charme, mas no prato. Aqui, um roteiro pelos sabores mais afetivos de Portugal, no coração do Rio.
A presença portuguesa no Rio de Janeiro é ancestral. Está nos nomes das ruas, nas igrejas do século XVIII, no sotaque carioca — e, claro, nos cardápios. Mas se no centro histórico o legado lusitano é visível nos azulejos, na Zona Sul ele é sentido pelo olfato, pelo paladar e pela memória.
Bacalhau à lagareiro que chega crepitando no azeite. Caldo verde servido com pão fresco e linguiça. Toucinho do céu que derrete entre o doce e o sagrado. Casas tradicionais, discretas ou pomposas, seguem preservando a alma portuguesa com tempo, receita e afeto.
A seguir, sete paradas obrigatórias para quem quer comer bem e viajar a Portugal sem sair do Rio.
Rancho Português — Ipanema
O clássico com vista e fado
Com clima de casario lisboeta e vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Rancho Português é quase uma embaixada oficial da gastronomia lusa. O cardápio tem mais de 15 versões de bacalhau, incluindo o à lagareiro, o espiritual e o com natas. As porções são fartas, ideais para dividir, e a carta de vinhos impressiona.
A sobremesa? O imbatível pudim de Abade de Priscos.
📍 Rua Maria Quitéria, 136 – Ipanema
Alfaia — Copacabana
Tasca intimista com alma antiga
Escondida em uma travessa de Copacabana, a Alfaia é o tipo de lugar que parece ter parado no tempo — no melhor sentido. O ambiente é pequeno, aconchegante, com azulejos portugueses nas paredes. O bolinho de bacalhau é sequinho e saboroso, e o bacalhau à patuscada (com cebola caramelizada, batata, ovo e azeitonas) é um dos mais pedidos.
Para fechar: toucinho do céu ou arroz-doce com canela.
📍 Rua Inhangá, 30 – Copacabana
Tasca da Mercearia — Botafogo
Petiscos, vinho e sotaque descontraído
Um misto de bistrô e tasca moderna, com cara de boteco elegante. Ótimo para ir sem pressa, pedir uma taça de vinho verde e montar sua própria mesa com petiscos portugueses.
Destaques: bolinhos de bacalhau, alheira grelhada, punheta de bacalhau e, para os fortes, a famosa francesinha, o sanduíche à moda do Porto.
📍 Rua Assis Bueno, 26 – Botafogo
A Marisqueira — Copacabana
Tradição lusa desde os anos 1950
Com quase 70 anos de história, essa casa é conhecida pelos frutos do mar frescos, especialmente a mariscada e o arroz de polvo. Mas os fiéis frequentadores garantem: o bolinho de bacalhau ali é um dos melhores da cidade.
O ambiente é simples, familiar, sem afetação — e cheio de sabor.
📍 Rua Barata Ribeiro, 232 – Copacabana
Entre Amigos — Botafogo
Herança do Antiquarius com tempero novo
Fundado por ex-funcionários do extinto (e saudoso) Antiquarius, o Entre Amigos mantém o padrão clássico, com toques de renovação.
Serve pratos como arroz de pato, bacalhau espiritual, cordeiro assado e sardinhas portuguesas na brasa. Para quem busca elegância sem ostentação.
📍 Rua Paulo Barreto, 64 – Botafogo

Quinta da Henriqueta — Jardim Botânico
Casa portuguesa com certeza — e quintal também
Instalada numa casa charmosa com jardim, a Quinta da Henriqueta tem alma açoriana e pratos típicos feitos com delicadeza. Ótima para um almoço ao ar livre ou um lanche com café e pastel de nata.
Os pratos principais mudam sazonalmente e incluem delícias como polvo à lagareiro, arroz de mariscos e bacalhau cremoso.
📍 Rua Lopes Quintas, 165 – Jardim Botânico
Barsa — Cadeg (muito perto da Zona Sul!)
Para comer como em Portugal — e sair rolando
Fora da Zona Sul, mas perto o suficiente (no Cadeg, em Benfica), o Barsa é um templo da fartura. O ambiente é vibrante, os pratos são grandes e a especialidade da casa é mesmo o bacalhau em mil versões. A paella portuguesa também brilha. É o tipo de lugar onde se vai para celebrar — ou comer como se fosse.
📍 Mercado Municipal do Rio (Cadeg) – R. Cap. Félix, 110 - Lojas 4/6 - Benfica
Comer português no Rio é reviver uma história partilhada.
Entre vinhos, petiscos e receitas seculares, a culinária portuguesa segue viva na Zona Sul — um sabor de passado que conforta o presente. Nessas casas, cada garfada é uma lembrança. Ou uma saudade.
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