Banquetes e poder: quando a comida serve como palco político
- Maiara Rodrigues

- 23 de set.
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de set.
Da Roma Antiga às cúpulas internacionais, refeições coletivas sempre foram usadas como instrumentos de influência e dominação.

O banquete como espetáculo
Desde a Antiguidade, líderes compreenderam que alimentar é também governar. Imperadores romanos organizavam banquetes grandiosos para exibir poder e generosidade, oferecendo vinho e carnes em abundância como símbolos de prosperidade. Mais do que satisfazer a fome, esses encontros eram ferramentas de política, onde alianças eram firmadas e lealdades reforçadas.
Comida como propaganda
Na Idade Média, reis e nobres continuaram a usar a comida como arma de prestígio. O tamanho da mesa, a quantidade de pratos e a sofisticação dos ingredientes mostravam a força de um reinado. Um banquete não era apenas refeição: era um ato de propaganda. Sentar-se próximo ao anfitrião significava status; ficar à margem era ser lembrado do próprio lugar na hierarquia.
Poder e diplomacia no prato
No mundo moderno, a lógica permanece. Encontros diplomáticos muitas vezes são selados em jantares oficiais. O cardápio escolhido, os ingredientes utilizados e até o arranjo das mesas carregam mensagens políticas. Servir pratos típicos pode ser gesto de acolhimento, enquanto optar por ingredientes raros demonstra riqueza e sofisticação. Cada detalhe da refeição é calculado para impressionar.
O banquete como resistência
Mas a comida não serve apenas ao poder instituído. Em diferentes épocas, banquetes populares também foram forma de resistência. Quilombos, confrarias e festas comunitárias usaram a mesa para afirmar identidade e autonomia. A partilha coletiva de alimentos se tornou símbolo de união contra a opressão, mostrando que o banquete pode ser tanto palco de dominação quanto de libertação.
A mesa política contemporânea
Hoje, eventos internacionais, jantares beneficentes e até encontros de empresários continuam a usar a comida como linguagem de poder. O que é servido, quem é convidado e como se organiza o espaço continuam a comunicar mensagens invisíveis. A mesa permanece sendo cenário onde política, economia e cultura se encontram e onde o alimento vai muito além da nutrição.
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