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Histórias da Culinária — A Origem do Bauru

  • Foto do escritor: Tali Americo
    Tali Americo
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

Hoje presente em lanchonetes, padarias e cardápios de fast food, o bauru é um dos sanduíches mais emblemáticos do Brasil. Mas, como todo clássico, sua história tem uma origem precisa, personagens reais e um toque de genialidade improvisada.


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Um sanduíche com CPF e RG


Ao contrário de muitos pratos que se perdem em lendas ou versões contraditórias, o bauru tem certidão de nascimento. Foi criado nos anos 1930 por Casemiro Pinto Neto, um estudante da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo. Nascido em Bauru (SP), ele ganhou o apelido de “Bauru” entre os colegas — e acabou batizando também o sanduíche que inventou.


A história aconteceu no tradicional restaurante Ponto Chic, no centro de São Paulo. Casemiro pediu ao chapeiro um sanduíche com pão francês sem miolo, rosbife, queijo derretido em banho-maria, tomate e picles. O resultado fez tanto sucesso que entrou oficialmente no cardápio — e se espalhou pelo país, embora com muitas variações.


Variações e identidade nacional


Hoje, é raro encontrar um bauru feito com rosbife. A versão popular costuma levar presunto, queijo e tomate. Mesmo assim, o nome se manteve — e virou sinônimo de sanduíche quente no Brasil. O “Bauru original” virou patrimônio imaterial do município de São Paulo em 2018, com sua receita registrada e protegida por lei.


Mais do que um lanche, o bauru carrega o espírito do improviso brasileiro: nasce de um pedido fora do cardápio e ganha o país. Ele também representa a transição entre o comer rápido e o comer com identidade — antes dos fast foods americanos tomarem as esquinas, o bauru já alimentava estudantes, operários e famílias inteiras com sabor e sustança.

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